Migrations [Migrações]
Iracema Barbosa et Roberto Conduru
Nr 15 . 23 avril 2025
Table des matières
Note : Cet editorial est présenté en français puis en portugais. L’ensemble du numéro est proposé en version bilingue.
Avant propos et remerciements
«… chacun appelle barbarie, ce qui n’est pas de son usage…»
Michel Montaigne, extrait Des Cannibales
Les raisons qui poussent une personne à quitter son lieu d’origine ne sont pas toujours les mêmes. Les circonstances matérielles (économiques, politiques ou familiales) sont évidemment fondamentales, mais il peut aussi exister d’autres motivations : un univers symbolique, avec différentes possibilités de vie, quand nous arrivons à un endroit et pas à un autre.
Dans ce numéro de la revue Plastik, les auteurs sont des artistes et/ou des historiens de l’art qui, par leur propre expérience ou leur engagement volontaire, nous donnent accès à différentes circonstances de migration entre différentes cultures. Qui plus est, ils exposent les visions ou les réalisations plastiques qui ont surgi à partir de ces expériences.
En ce sens, j’aimerais remercier chaleureusement tous ceux qui ont collaboré à la confection de cette revue
à Bartosz Beda, pour ses peintures actuelles et expressives sur la migration à la frontière entre le Texas et le Mexique;
à Cristina Cabral et Carlos Eduardo Comas, pour leurs observations historiques qui ont mis en évidence les expériences d’architectes français qui vinrent au Brésil pour y travailler, dans le tournant entre le XIXème et le XXème siècle ;
à Rafael Cardoso, qui raconte l’expérience de son grand-père André Demeter-Denis, réfugié de la Grande Guerre, qui parvint à émigrer d’Europa pour le Brésil, où il put achever son œuvre ;
à Patrícia Corrêa, qui, en abordant les travaux que j’ai pu réaliser en France entre 2000 et 2013, tisse des réflexions plus théoriques sur les déplacements et les possibilités que l’artiste construit ;
à Karina Dias et Lu Ferreira, qui cherchent à analyser certaines notions, telles que : la maison, l’exil, l’hospitalité, le territoire, l’étranger et ses représentations symboliques ;
à Cristina Dunaeva, qui tisse un délicat récit sur sa propre expérience de vie, impliquant des allers et retours entre la Russie, le Pérou, la France et le Brésil, ainsi que son étroite relation avec l’histoire de l’Art ;
à Raziye Ghadimi, peintre et doctorante à Paris-1, qui relate son expérience récente de migration depuis l’Iran pour la France, et quelques fruits picturaux de certains changements qu’elle a provoqués ;
à Vicente Martinez, qui expose l’historique de ses plus de 30 années de travail artistique, et l’importance de ses expériences entre différents pays d’Amérique Latine, d’Europe et aux Etats-Unis ;
à Uno Pereira, photographe-architecte qui, en plus d’exposer des photographies réalisées au Mozambique, son pays d’origine, et en Afrique du Sud, porte des réflexions sur l’étrangèreté et certaines formes d’apartheid entre personnes nées au même endroit ;
à Hsuan-hui Wu, doctorante à Paris-1, qui part de l’origine étymologique du mot « migration » pour un recensement théorique des notions de voyage, de pérégrination et de modernité.
Remerciements particuliers à Roberto Conduru, pour son partenariat attentif et efficace dans la conduite de ce travail, bien qu’étant dans un autre pays et fuseau horaire.
Et à Christophe Viart, pour sa générosité et sa confiance en nous invitant à organiser cet exemplaire de Plastik, sur un thème qui nous touche tant.
Iracema Barbosa
Rio de Janeiro, janvier 2024.
Comité scientifique : Iracema Barbosa, Roberto Conduru, Christophe Viart
—— Texte en portugais ——
Migrações
Introdução e agradecimentos
«… chacun appelle barbarie, ce qui n’est pas de son usage…»
Michel Montaigne, extraits Des Cannibales
Os motivos que levam uma pessoa a deixar seu lugar de origem não são sempre os mesmos. As circunstâncias materiais (econômicas, políticas ou familiares) são obviamente fundamentais, mas também pode haver outras motivações: um universo simbólico, com diferentes possibilidades de viver, quando chegamos em um determinado lugar e não em outro.
Neste número da revista Plastik, os autores são artistas e/ou historiadores da arte que, por experiência própria ou dedicação voluntária, nos dão acesso a diferentes circunstâncias de migração entre diferentes culturas. Mais do que isto, eles expõem as visões ou realizações plásticas que surgem a partir de tais experiências.
Neste sentido, gostaria de agradecer calorosamente a todos os que colaboraram para a confecção desta revista:
a Bartosz Beda, pelas atuais e expressivas pinturas sobre a migração na fronteira entre o Texas e o México;
a Cristina Cabral e Carlos Eduardo Comas, pelas observações históricas que evidenciam as experiências de arquitetos franceses que vieram trabalhar no Brasil, na virada do século XIX para o século XX;
a Rafael Cardoso, que relata a experiência de seu avô André Demeter-Denis, refugiado da I Grande Guerra, que conseguiu migrar da Europa para o Brasil, onde pôde realizar seu trabalho;
a Patrícia Corrêa, que ao abordar trabalhos que realizei na França, entre 2000-2013, tece reflexões mais teóricas sobre tais deslocamentos e possibilidades que o artista constrói;
a Karina Dias e Lu Ferreira, que buscam analisar certas noções, tais como: a casa, o exílio, a hospitalidade, o território, o estrangeiro e suas representações simbólicas;
a Cristina Dunaeva, que tece um delicado relato sobre sua própria experiência de vida, envolvendo idas e vindas entre a Rússia, o Peru, a França e o Brasil, assim como sua estreita relação com a história da arte;
a Raziye Ghadimi, pintora e doutoranda da Paris-1, que relata sua experiência recente de migração do Irã para França e alguns frutos pictóricos de certas mudanças ocorridas para ela;
a Vicente Martinez, que expõe o desenrolar de seus mais de 30 anos de trabalho artístico, e a importância de suas vivências entre diferentes países da América Latina, na Europa e nos EUA;
a Uno Pereira, fotógrafo-arquiteto que, além de expor fotografias realizadas em Moçambique, seu país de origem, e na África do Sul, tece reflexões sobre o estranhamento e algumas formas de apartheid entre pessoas nascidas no mesmo lugar;
a Hsuan-hui Wu, doutoranda da Paris-1, que parte da origem etimológica da palavra migração para um levantamento teórico das noções de viagem, peregrinação e modernidade.
Agradeço especialmente a Roberto Conduru, por sua atenta e eficaz parceria na condução deste trabalho, mesmo estando em outro país e fuso horário.
E a Christophe Viart, pela generosidade e confiança ao nos convidar para a organização deste exemplar da Plastik, sobre um tema que tanto nos toca.
Iracema Barbosa
Rio de Janeiro, janeiro de 2024.
Comitê Científico: Iracema Barbosa, Roberto Conduru, Christophe Viart
Citer cet article
Iracema Barbosa et Roberto Conduru, « Migrations [Migrações] », [Plastik] : Migrations #15 [en ligne], mis en ligne le 23 avril 2025, consulté le 24 avril 2025. URL : https://plastik.univ-paris1.fr/2025/04/23/migrations/